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“A Marca Que Não Marca (mais) o Produto”: Entenda o Fenômeno do Quiet Luxury

por Marcello Ávila Nascimento

O Fim da Logomania na moda: Por Que o Luxo Decidiu Ficar em Silêncio.

Durante décadas, no mercado de luxo, o logo era o principal outdoor de status. Bolsas, roupas e acessórios eram projetados para gritar a marca e o preço para o maior número de pessoas possível. Esse era o auge da Logomania.

O Legado de Veblen no Consumo do Século XX

A ostentação de marcas e preços elevados é, na verdade, um reflexo direto do conceito de Consumo Conspícuo, formalizado pelo economista e sociólogo Thorstein Veblen em 1899, no livro A Teoria da Classe Ociosa.

Veblen argumentava que a principal função dos bens de luxo para a elite não era a utilidade, mas sim o sinal de status. O consumo de itens notavelmente caros e, por vezes, impraticáveis, servia para demonstrar publicamente a riqueza e a capacidade de desperdiçar recursos. O preço alto era, em si, o principal apelo, pois atestava que o indivíduo podia pagar. A

Logomania moderna apenas adaptou essa ideia, transformando a marca em um emblema instantaneamente reconhecível de prestígio individual e diferenciação social.

No entanto, impulsionada pela pirataria em escala global de bens acessíveis, uma nova filosofia de consumo virou esse jogo: o Quiet Luxury (ou Luxo Silencioso). Essa tendência, acompanhada por ícones discretos e pelo estilo Old Money, prega que o verdadeiro poder reside na discrição.

A ironia? A marca de luxo mais bem-sucedida hoje é aquela que não marca mais o produto de forma explícita.

Mas se a logomarca saiu de cena, como é que o branding continua a comunicar o altíssimo valor dessas peças?

Onde o Branding Se Esconde: Qualidade como Nova Logo

No Quiet Luxury, a marca recua do tecido externo para a etiqueta interna, atuando como um mero certificado de autenticidade. A exposição da marca não é mais o suficiente para sustentar o valor.

O verdadeiro branding é feito por detalhes que só um olhar treinado reconhece.

1. O Caimento É a Sua Assinatura

Marcas como The Row e Max Mara não precisam de estampas; o valor está na excelência da alfaiataria e na modelagem.

  • O corte perfeito que se adapta ao corpo é uma assinatura de design impossível de copiar em larga escala.
  • É o saber-fazer da marca que se manifesta, provando que a peça foi feita sob um padrão de exigência máxima.

2. Materiais Nobres: O Código Secreto do Status

No lugar de um logo bordado, o tecido é o que “grita” o luxo. O consumidor está investindo no valor intrínseco dos materiais:

  • Cashmere de Vicunha: Em grifes como Loro Piana, o toque e a leveza do tecido comunicam exclusividade imediatamente para quem o conhece.
  • Seda ou Linho de Alta Densidade: A forma como a luz reflete, o toque na pele e a durabilidade substituem qualquer emblema.
  • Couro Sem Logo: Marcas como Bottega Veneta provaram que a técnica de trançado (o Intrecciato) é mais poderosa que um logo. Seu antigo slogan era: “Quando as suas próprias iniciais são suficientes”.

3. Storytelling e Longevidade (O Luxo Consciente)

O marketing da marca se concentra na narrativa. A peça não é vendida como tendência, mas como investimento atemporal.

  • Origem e Artesanato: O valor é ancorado na história da produção, na herança da maison e no tempo que um artesão levou para finalizar a peça.
  • Consumo Consciente: O luxo silencioso se alinha à busca por sustentabilidade e longevidade. O consumidor de alto padrão deseja uma peça que dure gerações, em vez de um item que será descartado na próxima estação.

O Branding Exclusivo: O Reconhecimento Entre Pares

A maior estratégia por trás do Quiet Luxury é a exclusividade do reconhecimento.

Enquanto a logomania se dirigia a todos (os que podiam comprar e os que não podiam), o luxo silencioso se dirige apenas aos conhecedores. É um código de elite que separa o nouveau riche (o novo-rico que ostenta) do old money (o dinheiro de família que preza a discrição).

Característica Logomania (Old Model) Quiet Luxury (New Model)
Exposição Externa, explícita e máxima. Interna, discreta, sutil.
Fator de Valor Marca (o nome), o preço. Qualidade, corte, material.
Público-alvo Público em geral (busca validação). Círculo de conhecedores (busca pertencimento).
Mensagem “Olhe para mim, eu sou rico.” “Eu sou sofisticado, e você sabe disso.”

A Nova Métrica do Status

O Quiet Luxury não é a ausência de branding; é o branding mais sofisticado. A marca não marca mais o produto com tinta ou estampa, mas o marca com valor intrínseco.

Para o consumidor da alta elite, o status agora não está em mostrar que se tem dinheiro, mas em ter o conhecimento para reconhecer a qualidade superior sem precisar de uma etiqueta na manga.

O verdadeiro luxo é o silêncio.

Restando dúvidas envie um e-mail para inpi@avilanascimento.adv.br, ou entre em contato pelo telefone (21) 3208-3838 ou pelo WhatsApp (21) 97272-8787.

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Referências:

1. INPI. Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Atos Normativos. Disponível em: https://www.gov.br/inpi/pt-br/servicos/marcas/legislacao. Acesso em 2024.

2. BRASIL. Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 maio 1996.

3. Site oficial do escritório Ávila Nascimento Advocacia. Disponível em: https://avilanascimento.adv.br/#informativos. Acesso em 2024.

FAQ Quiet Luxury

O Old Money é um estilo de vida historicamente ligado a famílias ricas com riqueza herdada, enquanto o Quiet Luxury é a estética de moda contemporânea que simula essa discrição, focando em peças de alta qualidade, corte impecável e sem marcas aparentes.

Marcas como Loro Piana, The Row, Brunello Cucinelli e, historicamente, a discreta Bottega Veneta são frequentemente citadas como referências do Quiet Luxury devido ao seu foco na qualidade do tecido e no design sutil.

O Consumo Conspícuo, conceito de Thorstein Veblen, é o ato de consumir bens e serviços caros com o principal objetivo de exibir publicamente a riqueza e o status social, muitas vezes através de logos ou sinais de alto custo.

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